Amanda, capítulos entrelaçados

Professora tanto na graduação quanto na pós-graduação em Letras da UFSM, Amanda Eloina Scherer é especialista em Linguística. Possui títulos de mestrado e doutorado em Linguística, Semiótica e Comunicação pela Université de Franche-Comté, em Besançon, França, além de ter completado um estágio Pós-Doutoral na Université de Rennes 2, também na França.

Ela, também, está na coordenação do Centro de Documentação e Memória da Universidade, que se caracteriza como uma entidade que recebe doações de documentos, livros e objetos de pessoas que, de modo direto ou indireto, contribuíram para a construção da história e dos saberes próprios da UFSM.

Seu relato sobre a aniversariante de hoje, se desdobra em quatro atos distintos, como páginas de um livro que narram sua relação íntima com esta terra. Primeiro, o bairro da infância, Marechal Deodoro, onde as famílias dos ferroviários teciam os laços comunitários entre os vapores das locomotivas e as histórias contadas à sombra das árvores.

Em seguida, os anos escolares desvendaram novos horizontes, da Rua Sete à Rua Floriano Peixoto, revelando os contrastes sociais e as diversas faces de Santa Maria. O uniforme azul-marinho do Colégio Franciscano Sant’Anna foi mais do que um símbolo de identidade; foi o portal que a conduziu a compreender que além dos limites familiares, existia um mundo vasto a ser explorado.

O ingresso na UFSM marcou um terceiro ponto de virada, em que a escolha entre Geografia e Letras se tornou o ponto de partida para uma jornada acadêmica. Aqui, o conhecimento se entrelaçou com a vocação, e a língua francesa se revelou não apenas como uma disciplina, mas como uma paixão que moldaria sua carreira.

Por fim, o quarto ato, onde o trabalho se torna a expressão mais concreta de sua dedicação à educação e à pesquisa. Da Aliança Francesa, dos Colégios Hugo Taylor, Cilon Rosa e Duque de Caxias aos 42 anos na UFSM, cada passo foi uma afirmação do compromisso com a formação de novas gerações e com a busca incessante pelo saber.

Ao abordar a relação entre a UFSM e Santa Maria, ela enfatiza a troca entre a cidade e a instituição de ensino superior. Para ela, uma não existe sem a outra, pois cada uma desempenha um papel fundamental no desenvolvimento mútuo. Amanda, por fim, deixa seu recado para o Coração do Rio Grande:

- Aos empresários: invistam em Santa Maria, em projetos sociais e culturais. Assim como na nossa paisagem com jardins e árvores do nosso solo. Além disso, para administração como um todo: é urgente a criação de um grupo de trabalho, junto com aqueles que estudam, pesquisam e publicam sobre os eventos climáticos. Levem em conta sobre o que é produzido pelas nossas universidades. E, finalmente, aos meus colegas professores como um todo: ler não é uma tarefa fácil em nenhum dos níveis de ensino. Ler é muito mais do que a palavra alfabetizado significa. Ler é aprender a viver no mundo atual com todos os seus desafios. Ler não é só responsabilidade do(a) professor(a) de português. Ler é responsabilidade de todos nós, sem exceção.

Conheça a história de outras pessoas que levam Santa Maria no coração:

- Dartagnan Luiz Agostini e a defesa da educação

- Rusha, semeando saberes ancestrais

- Cláudia Bassoaldo, uma vida dedicada a docência

- National Dog: Santa Maria, a cidade do Xis

- Beto Pires, Santa Maria, a canção do coração

- Érico Flores, representando Santa Maria ao redor do mundo

- Nikelen Witter: “Santa Maria tem esse poder: o de nos mostrar que há um mundo vasto e que nos integramos a ele”

- Enéias Tavares, Santa Maria como inspiração

- Robson Centurião: paixão pelo futebol e por Santa Maria

- Jean-Pierre, uma vida dedicada ao esporte santa-mariense

- Denise Ribeiro não é santa-mariense, mas considera a cidade seu lugar no mundo